8.5.13

O paraíso


Há quem diga que o paraíso não existe. Que é um conceito imaginário, ainda mais inverosímil que o  purgatório e tão distante quanto o inferno. Pois bem: nada mais longe da verdade! Existe e até conheço as suas coordenadas GPS: 48°54′30″N 20°24′00″E! Pronto... admito que este é apenas o Paraíso Eslovaco, localmente conhecido por Slovensky Raj. Mas que, à parte os anjos papudos, em pouco ou nada fica atrás das descrições fantásticas de profetas e apóstolos ao longo de séculos!

Classificado como parque nacional, no coração da Eslováquia, um pequeno país montanhoso e que outrora integrou a Checoslováquia, encontra-se encaixado a sul da cordilheira dos Tatras, num maciço calcário de baixa altitude moldado ao longo dos tempos por diversos cursos de águas bravas que esculpiram impressionantes falésias e rasgaram canyons estreitos e profundos.

Aqui, pratica-se uma actividade insólita: canyoning... ao contrário. Ou seja: sobem-se os rios de montanha, em vez de descer. Com uma particularidade: não há qualquer equipamento específico. E muito menos de segurança. Com recurso a passadiços de madeira, escadarias metálicas verticais que ultrapassam os 20 metros e ferragens cravadas na rocha ultrapassam-se desníveis e paredes verticais sobre o rio, penetrando em locais de outra forma inalcançáveis. Curiosamente, e apesar do carácter temerário de que alguns dos trilhos se revestem, não se costuma ouvir falar de acidentes.






Nas cabeceiras das linhas de água, as vistas são absolutamente gloriosas. Em dias de céu límpido, chegam-se a ver os picos nevados a Norte. A brisa desliza pelos vales apertados e a neblina espreita a cada relevo da montanha. Mas é a água que nos acompanha, poderosa, omnipresente, ora ruidosa, ora tranquila, mas sempre ali, à distância de toque...






Nunca cheguei bem a perceber como seria o paraíso. Mas este, para coisa terrena, não está nada, nada mal!...

E, mesmo no éden, há quem trabalhe... e quem faça de conta.



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