27.6.14

A Força


Não. Não me refiro a Darth Vader nem à luta pelo bem e pelo mal, mas sim à força que a religião tem em grande parte das culturas pelo globo fora. E a Turquia é um caso à parte. (Literalmente) entre dois continentes, encontra-se também num ponto de passagem, entre Ocidente e Oriente, entre cristãos e muçulmanos, charneira dessa luta pelo poder espiritual que se vem desenrolando há milénios e que tantas vezes choca com a paz e quotidiano de milhões de pessoas.


O Estado turco, como o conhecemos, é recente, datando a independência do início da década de 20 do século passado, e foi "fundado" por Mustafa Kemal Atatürk, herói da luta independentista e ainda hoje considerado o pai da Turquia moderna. Como militar que era, consciente das tensões étnicas, religiosas e culturais na qual o novo país assentava, assegurou-se de que as forças armadas teriam sempre um papel forte nos seus destinos, tornando a Turquia no mais laico dos estados muçulmanos. E assim foi até há poucos anos. No entanto, por diferentes motivos, o governo do actual primeiro-ministro, Erdoğan, tem vindo a islamizar a vida política do país, de uma forma nunca vista em quase 100 anos.


Mas o tópico deste texto não é esse. É sim a beleza, variedade e incomensurável valor histórico e estético dos templos de Istambul. Sejam mesquitas, igrejas ou sinagogas, há-as de todos os tamanhos e feitios, a escalas que rivalizam com o que de mais espectacular e belo existe no mundo! As mais conhecidas serão a Mesquita Azul e a Hagia Sofia, bem no centro da cidade, no Sultanahmet. Mas muitas outras são, à sua maneira, igualmente esplendorosas. Chora, para mim, foi a que mais se destacou. Originária do século V, esta igreja sobreviveu durante 1500 anos, mudando de credo, de roupagem interior e de aspecto exterior, até aos dias de hoje! Convivendo com um mundo sempre em convulsão, é testemunho de uma pureza e dureza tão límpidas que me fez sentir colado ao chão e me deixou de olhar vidrado nos frescos, mosaicos e arcos que a suportam... Fora do circuito habitual dos visitantes de Istambul, merece o esforço de lá chegar. Indubitavelmente!



Aqui ficam alguns dos exemplares com que me cruzei, naturalmente incompletos e parciais, mas que nem por isso deixaram de me encantar...





1 comentário:

  1. Caro António Luís,

    Peço desculpa por deixar esta mensagem aqui, mas não encontrei um endereço email onde entrar em contacto consigo em privado.
    O meu nome é Martina Ricci, sou editora executiva de uma nova editora, a “Nova Casa Editorial” com sede na Espanha e que tem o prazer de acolher colaboradores de várias nacionalidades que partilham o amor pelas viagens e pelas escrita.
    Desta partilha nasceu um projecto novo e excitante: a criação de uma colecção de experiências de viagem.
    Entro em contacto consigo porque gostaria de convidá-lo a participar a este novo projecto.
    Se estiver interessado, ou pretende maiores informações, não hesite em entrar em contacto comigo ao mail:
    [email protected]

    Com os melhores cumprimentos,

    Martina Ricci

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