Confesso: não é a mais atraente
das capitais sul-americanas, partilhando com elas diversos traços comuns: o
caos no trânsito, o ruído constante, a neblina poluída e uma sujidade difícil
de esconder e que empresta à paisagem urbana um tom cinzento que quase
uniformiza o que a vista alcança. Mas é um outro lado que eu prefiro recordar:
a multitude de rostos diferentes, as peles acobreadas e os olhos rasgados, as
cores infinitas nos trajes, nas placas das lojas, nas chapas onduladas de tanta
batidela dos carros, carrinhas, autocarros e camiões que parecem vir sabe-se lá
de onde, num vai-vem de formiguinhas que nunca acaba.
Na minha última visita à cidade,
em finais de Julho, tive a felicidade de coincidir com as Fiestas
Pátrias, o feriado nacional. "Feriado", entenda-se, são duas
semana de festividades de todos os tipos e feitios, como se fosse precisa
desculpa para os sul-americanos festejarem o que quer que seja! 28 de Julho
comemora a independência do Peru, firmada por José de San Martin, o herói da
libertação de vários países vizinhos (menos conhecido mas com um papel muito
semelhante ao de Simon Bolívar, contemporâneo e, nos últimos anos da luta, seu aliado).
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